O artigo foi publicado na revista Tempo Social v. 35, n. 3, segue o primeiro parágrafo da introdução:
O trabalho de cuidado é reconhecidamente heterogêneo, seja pelas atividades que abrange, seja pelas formas sob as quais é organizado, seja ainda pelo contexto no qual se exerce. Inúmeros estudos documentaram tal heterogeneidade (Duffy, 2011; Carrasco, Borderías e Torns, 2011; Le Bihan, Martin e Knijn, 2013; ilo, 2018).
Deles depreendemos que o Brasil é o maior mercado de trabalho domiciliar remunerado, não apenas na América Latina, mas no mundo; e que esse amplo segmento ocupacional está ocupado majoritariamente por mulheres racializadas (afrodescendentes, no caso brasileiro), sujeitas a condições laborais especialmente precárias. Por isso mesmo, neste texto focalizaremos o trabalho de cuidado que se realiza nos domicílios como um serviço prestado em troca de remuneração, tanto na atenção direta a pessoas dependentes, quanto no cuidado indireto com as condições para a reprodução e/ou a preservação do ambiente domiciliar.